Ao longo dos anos, o brasileiro passou a se divorciar mais em relação ao número de casamentos. "Tínhamos 10 divórcios para cada 30 casamentos, e agora essa média é 10 a cada 24" O mundo mudou, e a forma de relacionamento também. Os motivos para as separações são os mais diversos, e curiosamente, esses motivos são muitas vezes semelhantes ao longo dos anos. Ninguém namora para que dê errado, ninguém casa para que dê errado; o início e o fim são sempre semelhantes. O que muda é o miolo. Mas tem solução? Não sei.
Ouvi certa vez que o cinema nos contaminou com a imagem de romances épicos, de namoros que superam tudo, de amores com trilhas sonoras maravilhosas. No entanto, a vida real não funciona assim. Muitas relações são projeções de solidão e carência, onde as pessoas esperam que o outro seja o motivo de sua felicidade. Algumas pessoas desejam se relacionar dentro dos moldes que elas criaram, esquecendo-se de que o outro também pode ter uma visão diferente dessa relação.
No final, o que fica muitas vezes não são os momentos bons, mas sim as pessoas falando mal de seus ex-parceiros e parceiras, espalhando veneno com o único objetivo de ter um palco e fazer com que outras pessoas se sensibilizem com seu drama, esquecendo que elas também tiveram responsabilidades e cometeram erros. Isso é natural em qualquer relação entre pessoas, independentemente do rótulo da relação.
Nada é para sempre; parece que vivemos para o fim. Confesso que isso me incomoda, pois é triste a degradação institucional das relações humanas. Eu me orgulho das pessoas que passaram na minha vida e sou grato por tudo que fizeram por mim. Todas as pessoas foram importantes. Não falo mal de ninguém porque isso não me agrega nada. Afinal, eu escolhi estar com elas, compartilhei minha vida com elas. Por que deveria falar mal delas? Sim, erraram comigo. Tiveram atitudes que não me agradaram. Poderia revelar todos os aspectos negativos delas? Sim, mas seria injusto comigo mesmo, pois eu aceitei isso naquele momento. Antes de falar delas, tenho que falar dos meus próprios atos e aceitações.
Eu escolhi lembrar das risadas e coisas boas. Robson Khalaf Quem cuida de mim não dorme.